SANEAMENTO DO MEIO E AS BOAS PRATICAS DE HIGIENE
A melhoria do saneamento do meio e as boas prácticas de higiene são cruciais para a saúde pública, incluindo a
redução da diarreia e da desnutrição. Em Moçambique, a higiene precária e a falta de saneamento adequado
contribuem em cerca de 90% de todas as mortes causadas por doenças diarreicas.
Dados do Ministerio de Saúde, indicam que 43% das crianças moçambicanas sofrem de desnutrição crónica e
estudos a nível global mostram que existe uma forte correlação entre a falta de saneamento e a desnutrição
crónica. O saneamento básico tem impacto directo no bem-estar da população, no que diz respeito ao aumento de
produtividade, renda, privacidade, dignidade, educação e segurança alimentar, os quais melhoram a qualidade de
vida das comunidades no geral, com maior destaque para as mulheres e crianças
.
Para reverter este cenário, foi desenhado uma Estratégia Nacional de Sanemento Rural, o qual visa responder ao
compromisso internacional dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, particularmente: ODS 6.2 -
eliminar o fecalismo aberto até 2025; e alcançar o acesso universal a serviços de saneamento básico e higiene
para famílias, escolas e unidades de saúde até 2029. O Governo de Moçambique comprometeu-se a cumprir
essas metas através do documento Visão ODS 6.
A visão da Estrategia, é que o saneamento seja para todos e a responsabilidade de todos, pois todos são
chamados para alavancar actividades, que são deixadas para trás, na lista de prioridades básicas das famílias.
Todos, desde o nível micro (familiar) até ao nível macro (do Governo), tem o seu papel determinante na
melhoria da saúde pública.
Desde a Independência Nacional em 1975, a provisão de serviços de saneamento em Moçambique constitui um
desafio, quer nas zonas urbanas bem como nas zonas rurais. Em 1976, o Governo lançou em 1976 a Campanha
Nacional de Saneamento com o lema “Uma família, uma latrina”. Como resultado da campanha, muitas latrinas
foram construídas pelas famílias, nas zonas rurais e periurbanas, tendo a cobertura de saneamento rural atingido
43%.
Porém, durante a campanha a educação para a mudança de comportamento de higiene e os aspectos técnicos
ligados à construção de latrinas sustentáveis, não foram considerados preponderantes, o que levou a não
sustentabilidade das intervenções. Para reverter o cenário, o Governo estabeleceu em 1985 o Programa Nacional
de Saneamento a Baixo Custo (PNSBC), que teve como base o subsídio à venda de latrinas melhoradas para as
famílias das zonas peri-urbanas das cidades.
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